domingo, 27 de junho de 2010

Parto Normal na rede do SUS - Anestesia

 Durante esta semana acompanhei uma série de reportagens sobre a qualidade no atendimento da rede de hospitais estaduais do SUS no estado de São Paulo. A partir de uma pesquisa aplicada à usuários, constatou-se que existem falhas seríssimas no atendimento, dentre as informações publicadas percebi um maior destaque aos atendimentos à parturientes. A pesquisa aponta que 24% das entrevistadas enfrentaram o trabalho de parto com anestesia (raqui ou peridural) nas costas, 18,6% tomaram anestesia local e 14,4% ficou com banho morno, massagens ou exercícios.
Com base neste resultado foi publicado um relatório que indica: "revisão dos procedimentos internos aos serviços, na busca de humanização do atendimento, quesito ainda bastante falho nos atendimentos ao parto".
Considero de extrema importância esta preocupação, sabemos das deficiências do sistema público de saúde embora exista variação no atendimento de unidade para unidade, mas também considero importante ficarmos atentas ao que se transmite com esse tipo de notícia e até que ponto a anestesia é necessária, quando e que tipo de anestesia está sendo aplicada.
Dependendo da anestesia e do momento em que ela é aplicada, esta pode atrapalhar completamente o trabalho de parto, a mulher pode, a partir daí, não participar de forma ativa de seu parto e uma cesária pode entrar em cena.
Sim, as massagens ajudam muito no trabalho de parto e os banhos mornos também são grandes aliados, talvez os hospitais não estejam preparados para o parto "natural", mas ele existe e nestes a mulher não precisa de anestesia.
A informação se faz necessária. É notório, quando a mulher tem acesso ao mínimo de informação ela passa a ser sujeito atuante durante seu parto e se sente mais segura para questionar e entender os procedimentos aplicados.
Os resultados da pesquisa são preocupantes, mas não são surpresa para nós, que bom que foram divulgados, porém considero importante olharmos esse tipo de reportagem de forma cautelosa e não esquecermos que estamos em ano de eleição e os interesses políticos estão à "flor da pele"!
Fala-se de humanização no atendimento, o que será que a palavra "humanização" significa neste contexto? Acredito que vai muito além do fato de anestesiar ou não.
Importante permitir que a mulher defina se quer ou não ser anestesiada.
Se tratando de parto normal, nem sempre a anestesia é necessária!


Fonte: uol notícias 21 e 22/06/2010

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